A sexualidade é um tema frequentemente negligenciado, mas importante, no tratamento do câncer.
Os profissionais de Saúde precisam aprender como abordar os sobreviventes de câncer em relação aos problemas da sexualidade e tratamentos para disfunções sexuais relacionadas ao tratamento do câncer. É importante que se inclua a resolução de problemas para sobreviventes gays e lésbicas.
Os profissionais da Saúde e até mesmo os pacientes não se à vontade para falar sobre um problema tão delicado. É necessário aprender como essas conversas podem ser iniciadas de maneira adequada. Boas habilidades de comunicação são cruciais, e ouvir os pacientes e estar aberto ao tema é fundamental.
Muitos profissionais acham difícil fazer com que os pacientes entendam seus próprios problemas, reconhecê-los como problemas e discuti-los francamente.
Os pacientes também precisam de apoio para saber como,onde e quando pedir ajuda.
Estão disponíveis modelos como o BETTER Model para manejar as questões da sexualidade e ajudar os profissionais de Saúde a avaliar a sexualidade no tratamento de pacientes com câncer.
Também é utilizado o Modelo PLISSIT sobre Qualidade de Vida Sexual e Funcionamento Sexual em Sobreviventes de Câncer de Mama Pós-Mastectomia, utilizado em conjunto com quimioterapia e radioterapia para ensinar habilidades de enfrentamento e resolução de problemas a mulheres com câncer de mama e seus maridos, encorajando sua participação em programas de grupo para expressar seus sentimentos e atitudes e assim, ajudar a melhorar a qualidade de vida sexual.
Reconhecer o problema e a sua importância implicará em maior conscientização entre as comunidades médicas, assim como entre pacientes com câncer e sobreviventes.
Há muito a ser feito para lidar com essas questões de sexualidade, mas começar a conversa é certamente um passo na direção certa.
Leoni Margarida Simm, 63, é socióloga e Presidente Voluntária da AMUCC