Foi aprovado, nos Estados Unidos, a comercialização de um teste genético caseiro que verifica a mutação de genes relacionados ao câncer de mama e ao de ovário. Esse teste identifica apenas três tipos de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, através de amostras da saliva do paciente.
Essas mutações, especificamente, aumentam o risco de câncer de mama de 45% a 80%. Apesar do número expressivo, esses tipos de alterações são mais frequentes em populações de mulheres que possuem descendência judia Ashkenazi, do leste europeu. E mesmo nessa faixa populacional, as mutações são encontradas em, somente, 2% das mulheres.
O que é preciso saber?
Além do teste, que é comercializado pela empresa 23andMe, não rastrear todas as mutações relacionadas aos genes BRCA1 e 2, ele é útil para uma parcela muito pequena da população. Além disso, é preciso levar em consideração que a maioria dos casos de câncer de mama não estão relacionados à carga genética.
O FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, afirmou que esse teste não substitui um diagnóstico e tratamento fornecidos por uma equipe médica. Qualquer decisão deve ser discutida, primeiro, com o médico especialista.
A questão é que existe um grande apelo comercial na divulgação e venda desse tipo de teste e não, necessariamente, uma preocupação com a detecção precoce do câncer. O produto gera uma ideia equivocada de que não é necessário o acompanhamento médico em todos os processos de detecção da doença, além de generalizar as condições de cada paciente.
Fonte: Revista Onco&