O Investigating Breast Cancer (Investigando o Câncer de Mama) é uma série de podcasts produzidos pela Breast Cancer Research Foundation para debater temas relacionados com o câncer de mama.
O Dr. Robert Schneider, diretor do Instituto do Câncer da Universidade de Nova York e codiretor do programa de pesquisa sobre o câncer de mama, na escola de medicina da NYU, foi convidado para falar sobre a sua pesquisa e o câncer de mama metastático.
Câncer de Mama Metastático
Apesar da maior incidência de mortalidade, em câncer de mama, estar relacionado com a metástase, quando a doença já atingiu outros órgãos, poucas pesquisas clínicas são voltadas para pacientes metastáticas.
Segundo Dr. Schneider, embora essas pacientes sejam as que se encontram em maior risco, elas são as que demonstram menos resultados reais para os testes de novas drogas e tratamentos.
Um dado agravante é que o câncer de mama, mesmo após ser definido como curado, tem capacidade de reincidir. Cerca de 60 a 65% da mortalidade do câncer está relacionada com a metástase derivada da recorrência tardia da doença.
A gravidade desses dados e o fato de que, há 20 anos atrás, o único tratamento era a dupla mastectomia e, para pacientes metastáticas, não havia um tratamento real, foi o que motivou o Dr. Schneider a iniciar suas pesquisas no campo do câncer de mama.
A Pesquisa
O campo de pesquisa do Dr. Schneider consiste em entender como as células do câncer conseguem se reproduzir, mesmo em ambiente hostil. Um aspecto central nesse estudo é o funcionamento da mTor.
O objetivo é encontrar soluções para que a reprodução das células cancerígenas possam ser controladas, evitando ou revertendo um quadro de câncer de mama metastático.
O que é mTor?
A mTor é uma proteína que regula as vias metabólicas nas células. Isso significa que quando há algum desequilíbrio célular, a mTor é a responsável por redefinir esse equilíbrio, levando a célula à morte ou permitindo a sua multiplicação.
Ela é muito importante para o estudo do câncer de mama metastático, pois as células cancerígenas conseguem “enganar” a mTor, aumentando a sua ativação. Assim, mesmo em contextos de baixo oxigênio e nutrientes, as células são capazes de se reproduzir e se espalhar pelo corpo.
Novas drogas
Estão sendo desenvolvidos e testados novos tratamentos para impedir a atuação da mTor e a reprodução de células cancerígenas. No entanto, um aspecto importante que é preciso investigar é como as células cancerígenas funcionam e como conseguem corromper o atividade da proteína mTor.
As drogas em desenvolvimento, diferente das quimioterapias padrão, atuam especificamente em determinados mecanismos celulares. Dessa forma, ao inibir a ação da proteína de 20 a 30%, a quantidade de quimioterapia necessária é reduzida.
Para as pacientes que não são tratadas com quimioterapia, o objetivo é, caso haja reincidência do câncer, que as células cancerígenas não sejam resistentes ao tratamento e encontrem formas de se reproduzirem.
A descoberta da ação dessa proteína abre novos caminhos para pesquisadores de câncer metastático, principalmente câncer de mama.
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