Ela tinha 44 anos quando, realizando o autoexame, descobriu o câncer na mama direita. Era um tumor triplo-negativo. Diante do câncer, passou pela mastectomia geral da mama afetada e imediatamente já a reconstruiu.
Foram 6 sessões de quimioterapia: 3 vermelhas e 3 brancas. O momento mais difícil de todo o processo, além da sessão branca que traz muitas reações indesejáveis, foi o momento em que se viu sem cabelo.
“Além de perder a identidade é o momento em que a doença se manifesta de fato”.
Após todo o tratamento e reconstrução da mama, passou pela uma menopausa precoce, mas mesmo assim era recomendada a fazer uso de anticoncepcional para que não pudesse correr o risco de uma gravidez. Porém, no final de 2016, em exames de rotina, descobriu que estava grávida de 8 semanas . Foi algo desesperador no início pra ela, pois aparentemente seria uma gravidez de risco por dois fatores: pelo histórico do câncer e pela sua idade.
Os médicos deixaram claro que seria uma gravidez de risco sim e que a probabilidade do bebê evoluir era bem pequena, mas, para a surpresa de todos, a gravidez foi relativamente normal. Claro que teve exames mais específicos e uns cuidados especiais que já eram esperados.
Era uma menina que se desenvolveu perfeitamente, mas nasceu prematura de 34 semanas. Anna Julia veio saudável, ficou 6 dias no CTI pois não mamava no peito. Não era pelo fato de Nilda não ter leite na mama esquerda (que não foi afetada pelo câncer), mas por indicação médica.
Hoje aquele bebê que foi uma surpresa, um susto e por vezes um medo no coração na Nilda é uma criança saudável de 1 ano e meio é como uma renovação de vida pra ela e pra família toda.
Nilda acredita que a Anna é como uma forma de Deus lhe mostrar que: HÁ VIDA APÓS O CANCER e que somos capazes de, além de sobreviver, VOLTAR a viver.
“A principio vai parecer que os dias são mais longos e que os meses duram uma eternidade. No processo da doença a gente aprende a se permitir a viver um dia de cada vez. É preciso VIVER MUITO aproveitar o máximo da vida!”