Estava tudo perfeito, faltava uma semana para conhecer a cidade luz. Paris, Versailles, Mont Saint-Michel… num piscar de olhos o Caio e eu estaríamos na França, nossa segunda viagem internacional juntos, namorávamos há 3 anos e nossa expectativa estava à altura desse lugar.
Tudo isso se passava no ano de 2012 e vou voltar um pouco no tempo pra contar essa história pra vocês. A propósito, muito prazer, meu nome é Linda Rojas, mas vou falar hoje sobre a Linda daquela época. A garota que arrumava as malas para uma viagem mágica com o seu grande amor.
Nos meus 24 quase 25 anos, apesar de nova sempre fazia o famoso auto-exame, famoso agora, porém naquele tempo, (ainda que muito próximo) não era tão famoso assim. Foi dessa forma, entre uma mala e outra, que um esbarrão acidental do meu braço no seio direito me fez perceber uma “pedrinha” naquela mama. Com dois dedos fui examinando e contornando toda aquela área do meu corpo e sim, não restavam dúvidas: havia um carocinho ali.
Descobri que voltar pra casa sempre é bom, retornamos renovados e inspirados pelas paisagens parisienses e mais apaixonados do que nunca. Apesar disso eu tinha uma missão pendente, não é mesmo? Tinha que investigar esse pequeno inconveniente no meu seio.
Depois de uma bateria de exames e de um nódulo brincando a se parecer a um fibroadenoma (tumor benigno muito comum em mulheres jovens), desmascaramos o infeliz. Mérito do meu médico que foi incansável até chegarmos ao diagnóstico exato.
Estava com câncer! Jovem e sem histórico familiar, cheia de sonhos e com uma doença até então ignorada por mim. Que pesadelo! Quando iria acordar? Os dias passavam muito rápido entre mais e mais exames pré operatórios e aquele sentimento ruim dentro do peito, aquele aperto chamado dor.
Apesar de tudo isso quero te contar uma coisa boa em meio a esse período obscuro, uma não, quero te contar várias. Isso mesmo! Tive a audácia de enxergar além daquele limbo e exercitar meus olhos a ver tudo de bom que ainda acontecia na minha vida. Sabe por quê? Pois ela, a vida, continuava a me mandar graças e quanto mais eu as identificava e agradecia por elas, mais ela enviava.
Era emocionante e sublime ver que Deus estava “mexendo os pauzinhos” dele lá no céu a todo instante. Eu ficaria bem, eu QUERIA ficar bem. Eu fiquei bem!
Já quero tagarelar muito por aqui e contar os próximos capítulos, mas vou fazer um suspense e esperar vocês no próximo texto. E olhar todos os seus comentários daqui da minha janela.