Dr.Gilberto Amorim, conselheiro científico da Laço Rosa, comenta em sete perguntas as principais dúvidas sobre o uso de anticoncpecional e câncer de mama:
1) Em linhas gerais, podemos concluir que o mencionado estudo demonstra que os anticoncepcionais, mesmo os de baixa dosagem, assim como o DIU Mirena, representam um efetivo aumento do risco para o câncer de mama?
Dr. Gilberto Amorim: O aumento é pequeno, mas real. Para esclarecer melhor: Pessoas com menos de 50 anos tem aproximadamente 2% de risco (não havendo outros fatores de risco). Se o estudo avaliou na média 20% a mais, teríamos 2,4% (20% a mais de 20%). Ou seja, o aumento é pequeno, mas real.
2) Esse risco tende a aumentar com uso prolongado desses métodos contraceptivos?
Dr. Giblerto Amorim: Sim. O estudo comprovou que tanto maior o tempo de uso maior o risco.
3) Seria razoável cogitarmos que esta é uma possível explicação para o aumento do número de casos de mulheres jovens acometidas pelo câncer de mama?
Dr. Giberto Amorim: Pode estar constribuindo, mas não está claro o papel de outros fatores de risco como a obesidade, ausência de gestação ou amamentação, histórico familiar e sedentarismo entre outros.
4) Diante deste cenário, o que devemos colocar na balança entre risco e benefício desses métodos contraceptivos? O que uma mulher deve levar em consideração positiva ou negativamente ao avaliar com seu ginecologista a continuidade, ou não, do método?
Dr.Gilberto Amorim: Os benefícios da pílula são reais, além da contracepção, redução de sintomas de tpm e até redução de riscos de outros cânceres como ovário e endométrio. O Ginecologista deve avaliar o tempo de uso e possíveis fatores de risco para o câncer de mama antes de mudar o método.
5) Esse estudo traz alguma novidade para mulheres que já tiveram algum câncer de mama e estão em idade fértil?
Dr.Gilberto Amorim: Não, pois já não recomendávamos pílula para estar pacientes.
6) O estudo aponta para aumento do risco de desenvolvimento de outros tipos de cânceres? Quais?
Dr.Gilberto Amorim: Não, ele aponta para possível redução de câncer de ovário e endométrio.
7) Muitas mulheres podem estar lendo esta matéria e cogitando a imediata descontinuação desses métodos, mas precisamos ser razoáveis. Qual é a mensagem final que o público precisa extrair desse estudo?
Dr.Gilberto Amorim: Muita calma nessa hora! Costumo dizer que risco zero não existe porque viver é arriscado, mas a mensagem é de ter tranquilidade e para em uma próxima consulta com o ginecologista conversar sobre o temo com o médico de confiança, especialmente aquelas mulheres que fazem uso da pílula há mais de 10 anos.