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Exercício é remédio em pacientes com ou após o câncer!

Todo mundo sabe que praticar exercícios físicos é uma forma de manter uma boa saúde. O que nós – oncologistas – já sabíamos mas não era consenso é que pacientes oncológicos em recuperação ou mesmo em tratamento também podem (e devem) se exercitar  pelo menos três vezes por semana. Essa informação veio das novas diretrizes publicadas simultaneamente pelo American College of Sports Medicine (ACSP)  junto com a American Cancer Society (ACS) endossadas por várias outras entidades. 

Existem cerca de 15,5 milhões de pessoas nos EUA que tiveram câncer e espera-se que este número dobre na próxima década. Desde 2010, a ACSP recomenda a prática de exercícios físicos para melhorar a capacidade física, reduzir fadiga, melhorar a qualidade de vida aumentando a recuperação funcional. Apesar dessas recomendações a maioria dos pacientes COM câncer ou APÓS o câncer não são fisicamente ativos de forma regular.

A baixa adesão a essa recomendação resultou na criação de novas diretrizes mais proativas (exercício é remédio!). O objetivo é reduzir este déficit no cuidado dos pacientes, aumentar o engajamento dos médicos em avaliar, encaminhar os pacientes, estimular e reforçar que, no geral, fazer exercícios é seguro na maioria dos pacientes oncológicos, mas exige também a quebra de paradigma entre os profissionais de saúde e pacientes sobre este tema antes tratado como um tabu. Para os serviços médicos e financiadores dos Sistema de Saúde surge o desafio de como financiar a estruturação dessas equipes e como recompensar os pacientes que adotam essa prática. Tudo deve ser feito para que um paciente seja o mais ativo possível, para evitar a inatividade

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Mais  evidências científicas foram obtidas desde então (> 300% de aumento). Foram publicados mais de 2500 estudos randomizados sobre exercícios em pacientes oncológicos de 2010-2018. Eles mostram que exercícios aeróbicos ou uma combinação de exercícios aeróbicos com treinos de resistência – essas prescrições de exercícios que os americanos chamam de “FITT” (frequency, intensity, time and type) – podem melhorar sintomas de ansiedade, a saúde óssea, sintomas de depressão, reduzir o risco de cardiotoxicidade, melhorar a função cognitiva, diminuir o risco de quedas, menor risco de linfedema, menos dor, menos náuseas, melhora da fadiga e do sono, melhora a tolerância ao tratamento oncológico, melhora da atividade sexual. Ou seja, traz uma melhora na qualidade de vida em geral.

Evidentemente, pacientes que tiveram câncer devem receber uma avaliação global de saúde, não só cardiovascular, mas idealmente avaliação de força muscular, resistência, flexibilidade e composição de gordura, massa muscular, etc antes de iniciar exercícios físicos. E devem receber supervisão específica para as suas necessidades conforme o tipo de câncer, fase do tratamento, limitações para receber uma prescrição de exercícios individualizada. Isso, naturalmente, cria barreiras para os pacientes, mas é importante ressaltar que a grande maioria pode iniciar exercícios aeróbicos de baixa intensidade (caminhada ou bicicleta) sem maiores dificuldades. 

Fonte: https://pebmed.com.br/exercicio-e-remedio-em-pacientes-com-ou-apos-o-cancer/

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