Muitas pesquisas são realizadas para tentar otimizar e encontrar novas formas de tratamento para pacientes oncológicos.
Em estudo realizado na Universidade de Medicina de Harvard, nos EUA, chegou a resultados importantes para pacientes com câncer de mama metastático, triplo negativo. Os resultados teóricos são bastante animadores, pois aumenta a sobrevida das pacientes de meses para anos.
Esse estudo está sendo liderado pelo Dr. Romualdo Barroso, brasileiro pesquisador do Dana-Farber Cancer Institute e Dra. Sara Tolaney, pesquisadora norte-americana.
O que é triplo negativo?
Quando se fala de Câncer de Mama triplo negativo, significa que o tumor não apresenta nenhum dos três biomarcadores mais recorrentes no câncer de mama. São eles: receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2.
Para os tumores que apresentam esses biomarcadores, já existem tratamento específico. No entanto, para o triplo negativo, ainda não existe. Apesar de ser menos recorrente, o triplo negativo costuma ser mais agressivo e pode resultar em uma sobrevida menor das pacientes.
Descobertas
A pesquisa realizada pelo Dr. Barroso e Dra. Tolaney, buscou individualizar o tratamento das pacientes. Para isso, analisaram o sequenciamento genético de 4 mil biópsias de pacientes de câncer de mama e identificaram as que possuíam hipermutações, quando o tumor apresenta mais de uma mutação.
A ideia é utilizar a imunoterapia, que não teve a sua eficácia comprovada para pacientes de câncer de mama, para o tratamento individualizado dessas pacientes.
Segundo o mapeamento realizado pelos pesquisadores, apenas 3% das pacientes apresentaram a hipermutação. Dr. Barroso afirma que o objetivo da medicina de precisão é exatamente esse, identificar segmentos pequenos e encontrar novas soluções e tratamentos. Apesar de ser uma parcela pequena da população, elas podem se beneficiar muito com um novo protocolo de tratamento.
Próximos passos
Embora os estudos tenham demonstrado resultados teóricos expressivos, aumentando a sobrevida da pacientes de meses para anos, é preciso validar as hipóteses na prática. Por isso, em 2019 será iniciado o período de pesquisas clínicas.
Serão recrutados 30 pacientes para receberem a imunoterapia e serem acompanhados, no Hospital Sírio Libanês, em Brasília. Espera-se ter um resultado daqui há 3 anos.
Caso seja validado, esse tratamento representa uma quebra de protocolo do câncer de mama e uma grande esperança para as pacientes.