As pacientes que apresentam câncer de mama do tipo HER2 Positivo representam 20% dos casos de câncer de mama. Um dos tratamentos adjuvantes, ou seja, realizado após um tratamento definitivo, como a mastectomia, é o Tratuzumabe por 12 meses.
Apesar desse tratamento ter reduzido 40% o número de recidivas e em 34% o número de mortes, segundo dados de 2012, analisados pelo grupo Cochrane, o seu custo é muito alto. Isso representa uma barreira para o SUS, pois não consegue atender a demanda de pacientes.
Estudo Persephone
Esse estudo foi apresentado no Congresso da American Society of Clinical Oncology 2018. De forma geral, foram apresentados dados que demonstram que o tratamento realizado com Trastuzumabe, por 6 meses, é tão eficaz quanto o tratamento padrão de 12 meses.
Além disso, ele apresentou a redução de efeitos colaterais nas pacientes.
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Posicionamento SBOC
Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, apesar de não ter sido apresentados todos os dados sobre a pesquisa, ela traz informações muito importantes, especialmente para o Brasil.
Um tratamento realizado em menor tempo, reduziria os custos para a saúde pública, tornando possível atender a um maior número de pacientes.
De acordo com a SBOC, embora o tratamento de 6 meses tenha se mostrado efetivo, é importante individualizar essa conduta. Nem todos os casos podem ser tratados da mesma forma e também é preciso levar em consideração a escolha da paciente.
Por exemplo, pacientes com tumores menores de 12 cm e com axila negativa e pacientes de com tumor localmente avançado e axila com mais de 4 linfonodos devem continuar com o tratamento padrão de quimioterapia e 6 meses de Trastuzumabe. Já outras pacientes podem receber o tratamento de tempo reduzido.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica ressalta o esforço louvável do governo britânico no financiamento da pesquisa, com objetivos de melhorar a saúde pública e gerir melhor os recursos disponíveis. Um grande exemplo para o Brasil.
Fonte: SBOC