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Os desafios do retorno ao trabalho após câncer de mama

Depois de um longo período em consultas, exames, radioterapias, quimioterapias e tratamento com medicamentos, a mulher precisa encarar um novo desafio: o retorno ao trabalho após câncer de mama. Porém, a recolocação, que deveria ser motivo de muita alegria e superação, se transforma, muitas vezes, em mais um desafio.

Apesar de todos os avanços médicos e as vitórias das pacientes, a sociedade ainda não consegue ter naturalidade com as pessoas que enfrentaram a doença. Assim, tanto os gestores como a equipe de trabalho podem prejudicar o retorno às atividades profissionais, em ações como julgamentos, dúvida da capacidade da entrega de resultados e muito mais. 

Neste post, vamos apresentar os principais desafios para a recolocação no mercado de trabalho por mulheres que tiveram câncer e explicar como vencê-los. Acompanhe!

Preconceito de gestores e colegas

No retorno ao trabalho após câncer de mama, as mulheres que passaram pelo tratamento podem ser vítimas de preconceito. Isso porque a empresa pode associar a ideia de que a produtividade da profissional possa cair por conta da doença, já que podem ocorrer exames e consultas médicas no meio do expediente. Pode ainda supor que ela esteja debilitada física e emocionalmente e que essa condição prejudicará suas atividades.

É importante que a paciente tenha um acompanhamento psicológico para se preparar e encarar essa situação. No entanto, a mulher precisa posicionar-se, demonstrando que está apta a realizar suas funções e tem o direito de trabalhar e realizar o pós-tratamento — com o devido acompanhamento médico, sempre que necessário.

Restrições do corpo

A profissional pode, ainda, ficar insegura em voltar a trabalhar por conta de restrições em seu corpo, como o cabelo que ainda está crescendo, o ganho ou a perda de peso decorrente da quimioterapia ou alguma limitação física devido a alguma cirurgia. No entanto, o retorno ao trabalho após câncer de mama é uma etapa muito importante na sua recuperação, e ela deve encará-lo com ousadia e confiança.

Para isso, é importante que ela converse com a empresa e solicite readequação de atividades ou de mobiliário, caso haja alguma dificuldade ou limitação. Deve, também, pedir para fazer pequenas pausas durante o expediente até que esteja totalmente recuperada. 

Planejamento de retorno e adaptação à rotina

O tratamento do câncer traz efeitos físicos, emocionais e mentais. Portanto, tenha em mente que seu retorno está condicionado a adaptações. Afinal de contas, o oncologista só consente o retorno ao trabalho se alguns fatores estiverem controlados, como as exigências físicas ou de estresse do ambiente, os efeitos colaterais de longo prazo e a necessidade de acompanhamento.

Com a autorização do médico, é a vez de implementar alternativas criativas para tornar a transição mais satisfatória e agradável para a funcionária e para a empresa. Algumas mudanças que podem ser acordadas entre as partes são:

  • redução da carga horária;
  • flexibilidade de horário nos dias de consultas médicas;
  • compartilhamento de projetos importantes com colegas de função semelhantes, até que a funcionária esteja apta para assumir a missão integralmente.

Autoestima baixa

Vale destacar que o autocuidado é muito importante nessa fase. Portanto, não se deixe levar por pensamentos negativos. Cuide-se, procure dormir bastante e alimentar-se bem. Intensifique a ingestão de líquidos, como água e sucos naturais. Se possível e for confortável, faça exercícios para ganhar mais energia e peça ao médico remédios que possam auxiliar na recuperação. Isso vai fortalecer a sua autoestima.

No ambiente de trabalho, estabeleça limites. É um momento de recolocação, mas não se force a fazer mais do que você se sente capaz. Tenha paciência e respeite seu ritmo e suas limitações – lembre-se de que elas são temporárias, e tudo vai se normalizar gradativamente.

Estabeleça uma ordem de prioridade para as atividades mais importante e foque nelas. Descanse entre uma atividade e outra e, caso sinta dificuldade, deixe que outras pessoas a ajudem, não queira fazer tudo sozinha. Afinal de contas, o trabalho em equipe traz resultados ainda mais eficazes!

Dificuldade na reintegração com a equipe

Dependendo do tempo de afastamento, a mulher terá que conviver com novos profissionais e até se habituar com novas rotinas e atividades. Por isso, é fundamental pedir auxílio aos colegas nessa adaptação.

As pessoas não percebem, mas acabam ficando com um sentimento de pena de quem passou por um tratamento de câncer. Assim, a mulher deve estar preparada para isso ao se reintegrar com a equipe.

Portanto, nos primeiros dias de retorno, vale ter uma conversa franca e falar da sua luta e superação para que eles percebam que ficar com dó não é o que ela precisa no momento. 

Efeitos colaterais durante o tratamento

Um dos efeitos colaterais mais significativos do câncer de mama é a perda, em parte ou em totalidade, da mama. Vale lembrar-se de que cada caso tem suas próprias particularidades, mas, se você precisou realizar uma mastectomia e não fez cirurgia de reconstrução mamária e isso a incomoda, considere o uso de uma prótese externa.

Essa e outras situações que podem ocorrer durante o tratamento devem ser acompanhadas por um oncologista, que indicará soluções de enfrentamento leves, objetivas e eficazes. Veja alguns exemplos que você pode perguntar ao seu médico e ter respostas positivas:

  • perda de cabelo;
  • inchaço no braço;
  • ganho ou perda de peso;
  • alterações na pele e nas unhas.

Portanto, durante as suas consultas médicas, pergunte sobre os possíveis efeitos colaterais do seu tratamento, a probabilidade de eles ocorrerem, o que pode ser feito para prevenir ou lidar com eles, a duração e a possibilidade de eles serem reversíveis. Com o acompanhamento de um especialista, será mais fácil passar por essa fase.

Falta de apoio da empresa

Por último, a profissional pode ficar decepcionada com a falta de apoio da empresa no seu retorno. Pode haver uma pressão para que ela peça demissão ou, até mesmo, acontecer de ser dispensada logo que recomeçar a trabalhar. É importante ficar alerta em caso de demissão discriminatória e procurar um advogado ou a Defensoria Pública para defender seus direitos.

O retorno ao trabalho após câncer de mama não é nada fácil. A paciente deve estar preparada para lidar com o preconceito e demonstrar segurança ao realizar suas atividades. Nessa hora, ela deve pensar que já venceu o mais difícil: a luta contra a doença!

Gostou do texto? Que tal ver mais informações sobre a busca por recolocação no mercado de trabalho? Boa leitura!

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